- Ano: 2008
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Fotógrafo:Miguel de Guzmán
Descrição enviada pela equipe de projeto. O espaço interior de uma quadra em geral é supostamente triste e sombrio. A única maneira de resolver o problema consiste em facilitar o acesso público, trazendo-o quase à cota da rua. Desse modo, se alcançaria uma conexão visual e, inclusive, a incorporação ao mesmo dos espaços diáfanos sob os edifícios. O pior para um morador de uma quadra fechada é a sensação de ter somente vizinhos à frente, sem a distância que abre a perspectiva de uma rua. Isto pode ser amenizado pela visão de um lugar atrativo e alegre. A ideia é a de um quadro gigantesco como pano de fundo, algo que provoque a distração ao chegar à janela, convidando à visita no momento de ócio. Em um espaço onde o sol pode ser escasso, contemplar um lugar cheio de cor representa um grande atrativo.
O espaço é organizado em dois níveis, com uma leve diferença de 45 cm entre eles. A superfície se abre como uma greta no solo ajardinado, manifestando a existência de um estrato ao fundo e provocando uma tensão entre este vazio e os "cheios" circundantes.
Para o entorno, foi escolhido o clínquer cerâmico. Nas áreas de permanência, um pavimento basáltico negro foi utilizado para a região central e calcário branco para as bordaduras. Nos pontos ajardinados, canteiros diversos, sempre baixos. Empregaram-se espécies de diversas cores, sazonais e perenes, assim como areias e pedras coloridas. Parte da iluminação permanece oculta sob os bancos, pensando em uma presença discreta e elegante para os equipamentos.